O piloto de 63 anos tinha 1,12g/l de álcool no sangue, cerca de seis vezes acima do limite autorizado pela regulamentação europeia.
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Um piloto americano, de 63 anos, da companhia American Airlines, foi condenado pelo tribunal de Bobigny, perto de Paris, a seis meses de prisão com suspensão condicional da pena, por estar embriagado antes de assumir o comando do Boeing 777 da empresa, com 277 passageiros a bordo. O voo sairia do aeroporto Roissy-Charles de Gaulle em direção a Dallas, neste domingo (23).
De acordo com o procurador de Bobigny, Eric Mathais, o controle realizado no momento do embarque e validado duas vezes revelou que Henry W., 63 anos, tinha 1,12g/l de álcool no sangue, cerca de seis vezes acima do limite autorizado pela regulamentação europeia. O teste foi realizado pela polícia do Transporte Aéreo. Detido, ele foi julgado nesta terça-feira (25).
A sentença também prevê a suspensão da licença do piloto por um ano, além de uma multa de € 4.500 (cerca de R$ 23 mil). A advogada de defesa do comandante informou que ele deveria se aposentar em dois anos, após 28 anos de carreira na companhia United Airlines.
Segundo o jornal francês “Le Parisien”, que revelou o caso e participou da audiência, Henry W. alegou que tinha tomado “apenas duas taças de vinho na véspera” e, de acordo com as regras em vigor nos EUA, havia respeitado as 10 horas de intervalo entre o consumo de álcool e o voo.
No entanto, o argumento não convenceu a presidente do tribunal, que, segundo o Le Parisien, fez um “sermão” no comandante e lembrou que pilotar um avião embriagado poderia ter causado uma catástrofe aérea. “Você colocou a vida de 277 passageiros em risco”, declarou a procuradora francesa durante a audiência.
De acordo com Mathais, Henry W. estava visivelmente embriagado no momento do controle de alcoolemia. “Ele estava cambaleando um pouco, tinha o olhar meio vidrado, a boca parecia meio pastosa e tinha dificuldades para falar”, disse o procurador de Bobigny em uma mensagem no Twitter.
Outros casos similares já ocorreram pelo mundo. Em 2018, um tribunal britânico condenou o co-piloto da empresa Japan Airlines a dez meses de prisão pelo mesmo motivo. Ele tinha uma taxa de alcoolemia cerca de dez vezes acima do limite autorizado.
Em 2015, quatro membros da tripulação de uma transportadora da Letônia também foram condenados à prisão em regime fechado por consumir garrafas de whisky antes da decolagem de uma aeronave, na Noruega.
Fonte: G1
Imagem do aeroporto Charles de Gaulle — Foto: Reprodução/Google Maps